quarta-feira, 13 de julho de 2011




Prefeitura de Três Corações
     Terra do Rei Pelé




  Secretaria Municipal de Saúde


PsiBEC
Psicoterapia para o Bem Estar
da Criança e Adolescente


Palestras para Profissionais de Saúde

A Importância da MorteTANATOLOGIA

"Você possui apenas aquilo que não perderá com a morte; tudo o mais é ilusão."

(Autor desconhecido)

Por muito tempo a definição de morte foi ligada ao funcionamento do coração e conseqüentemente o parar da respiração. A tecnologia desenvolveu-se através dos séculos fazendo surgir a partir daí medicamentos e máquinas que são capazes de restaurar a vida após uma parada. No inicio do século morria-se em casa ao lado de familiares e amigos próximos, mas a partir da metade do século a morte encontrou seu lugar nos hospitais e muita das vezes longe dos entes queridos e amigos. Busca-se nos dias de hoje vivenciar uma nova fase de vida trazendo ao ser humano novamente a oportunidade de se desvincular deste mundo sendo respeitado e estando com quem se ama. Está ai a clara tendência de voltar os procedimentos do início do século que é o ficar sob os cuidados especiais junto aos familiares e amigos, diminuindo a dor e propiciando dignidade e melhores cuidados psicológicos ao moribundo. Sendo assim a Secretaria Municipal de Saúde(Luzia Joelma da Silva Caetano- Secretária de Saúde) em parceria com o PsiBEC- Psicoterapia para o Bem Estar da Criança e Adolescente (Cristina Maria Lopes de Almeida Reis – Psicóloga), deram início a realização de palestras junto às agentes de saúde dos PSFs do município de Três Corações com o objetivo de esclarecer sobre TANATOLOGIA que é a ciência que estuda a morte, conscientizando que é um dos maiores enigmas da existência humana, onde se conhece a morte somente mediante o processo de morrer dos outros, cujas vivências serão acessíveis em sua real dimensão. A morte mesmo sendo um fenômeno da vida, sempre despertou um grande temor ao ser humano, e um grande sentimento de dificuldade de se lidar com a finitude do Ser, se tornando um acontecimento de grande medo.
A finitude da vida possui sempre duas representatividades; a morte física, de um corpo; e a morte social, de uma pessoa.
A morte sempre causa dor e solidão para os que ficam, portanto, é apenas a destruição de um estado físico e biológico, mas é também o fim de um ser com relação com o outro. Surge a partir daí um vazio por ela deixado não atingindo somente as pessoas que conviviam com quem morreu, mas também a toda rede social.
Os trabalhadores da área de saúde são os mais suscetíveis para conviver com a morte, tanto nos ambientes hospitalares, postos de saúdes, PSFs junto aos familiares, que pode acarretar um sentimento de fracasso e impotência onde o profissional de saúde fica exposto a diversas sensações não muito agradáveis por se comprometer com esse momento desconhecido em sua essência, ou seja, o momento da morte.
O prolongamento da dor da perda de um ente querido é muito comum trazer conseqüências drásticas para qualquer individuo que vive o luto, gerando os estágios de choque, negação, ambivalência, revolta, negociação e depressão. Reações estas que podem variar desde uma apatia completa até a super atividade, gerando a incapacidade de aceitar uma realidade iminente, onde a sujeito pode reagir com isolamento, ficando calado, reflexivo e apático. Tratando-se de um mecanismo de defesa que é usado para lidar com as responsabilidades diárias da vida, para ganhar tempo, assimilando gradativamente a perda ocorrida. O ser humano nunca se sente preparado para o desconhecido.
Apesar do sofrimento, é importante tentar compreender a dinâmica do ciclo da vida e perceber que a morte desempenha o seu papel na sociedade, renovando, dando lugar e espaço para novas vidas. Obviamente cada ser é único e ímpar em todos os aspectos da vida e, por mais que sejam substituídos em certas ações operacionais, jamais serão substituídos em suas realizações e empreendimentos. Os relacionamentos acontecem porque os seres são inteligentes e dotados de sentimentos e capacidades diversas. Não existiria a planta se não houvesse a morte da semente, não existe o embrião sem a morte do óvulo e do esperma, não existe borboletas sem a morte da lagarta. A morte nada mais é do que o inicio de uma nova fase e existência, com uma linha tênue entre o Ser e o deixar de Ser.




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