sexta-feira, 15 de julho de 2011

Libido verso Desejo


"Ninguém faz bem o que faz contra a vontade, mesmo que seja bom o que faz."

Santo Agostinho


Libido, força ou energia psíquica que o sujeito tem como forma de gerir seu desenvolvimento pessoal. Sendo caracterizado como desejo ou desejo ardente, utilizado para realizar algum trabalho ou atividade, com grande importância para manter o instinto de vida. Mantendo assim sua individuação que é o processo por meio do qual o ser humano torna-se consciente de sua individualidade, evoluindo de seu estado infantil de identificação para o estágio de maior diferenciação, implicando na ampliação da consciência onde articula de forma bem harmoniosa suas partes, encontrando suas orientações que provêm de Si - mesmo formando sua personalidade com condutas e orientações. No comportamento sexual, a libido ocupa a fase apetitiva em que o ser humano acessa seu parceiro em potencial através dos desenvolvimentos dos padrões. O ser humano está em constante busca de prazer por serem todos imbuídos de desejos. O comportamento sexual é governado e direcionado através da força do desejo, onde a libido pode ser afetada por variados motivos podendo ser de ordem psicológica ou emocional. Não tem como determinar a quantidade normal ou não normal porque cada um lida de forma diferente ocorrendo à oscilação para menor ou maior intensidade. Em alguns casos podem ocorrer uma insatisfação pessoal com a queda da libido demonstrando que algo não está bem direcionado ou elaborado de forma satisfatória. Hábitos saudáveis e comportamentos têm grande importância na liberação da libido. Geralmente em primeiro momento a queda da libido é observada na falta de desejo ou insatisfação sexual, lembrando que pode estar relacionado com a vivência, através das experiências e valores de cada ser humano. Em alguns casos ocorre apenas um sabotar do desejo sexual. A saúde mental deve ser analisada. A auto estima pode ser melhorada através do autoconhecimento. É importante respeitar os próprios desejos, sem culpa, aumentando a satisfação sexual. Sigmund Freud em seus estudos constatou que o ser humano apresenta fontes de energias separadamente em cada um de seus instintos gerais que ocorre através de sua produção no aumento ou diminuição gerando distribuições e deslocamentos.


Na obra – “Em Psicologia de Grupo e Análise de Ego (1921)”, define a libido como sendo a energia que tem a ver com tudo o que pode ser compilado com o amor. Não estando relacionada apenas com a sexualidade, mas sim em todas as áreas da vida, como em atividades culturais ocorrendo o desvio de instintos sexuais para outros fins ou objetivos mais elevados. A libido apresenta características importantes como à qualidade ou propriedade, podendo ter uma inconstância onde pode necessitar de uma sustentação do outro, tendo um papel central, pois a libido é o impulso vital para preservar a espécie humana.

quarta-feira, 13 de julho de 2011




Prefeitura de Três Corações
     Terra do Rei Pelé




  Secretaria Municipal de Saúde


PsiBEC
Psicoterapia para o Bem Estar
da Criança e Adolescente


Palestras para Profissionais de Saúde

A Importância da MorteTANATOLOGIA

"Você possui apenas aquilo que não perderá com a morte; tudo o mais é ilusão."

(Autor desconhecido)

Por muito tempo a definição de morte foi ligada ao funcionamento do coração e conseqüentemente o parar da respiração. A tecnologia desenvolveu-se através dos séculos fazendo surgir a partir daí medicamentos e máquinas que são capazes de restaurar a vida após uma parada. No inicio do século morria-se em casa ao lado de familiares e amigos próximos, mas a partir da metade do século a morte encontrou seu lugar nos hospitais e muita das vezes longe dos entes queridos e amigos. Busca-se nos dias de hoje vivenciar uma nova fase de vida trazendo ao ser humano novamente a oportunidade de se desvincular deste mundo sendo respeitado e estando com quem se ama. Está ai a clara tendência de voltar os procedimentos do início do século que é o ficar sob os cuidados especiais junto aos familiares e amigos, diminuindo a dor e propiciando dignidade e melhores cuidados psicológicos ao moribundo. Sendo assim a Secretaria Municipal de Saúde(Luzia Joelma da Silva Caetano- Secretária de Saúde) em parceria com o PsiBEC- Psicoterapia para o Bem Estar da Criança e Adolescente (Cristina Maria Lopes de Almeida Reis – Psicóloga), deram início a realização de palestras junto às agentes de saúde dos PSFs do município de Três Corações com o objetivo de esclarecer sobre TANATOLOGIA que é a ciência que estuda a morte, conscientizando que é um dos maiores enigmas da existência humana, onde se conhece a morte somente mediante o processo de morrer dos outros, cujas vivências serão acessíveis em sua real dimensão. A morte mesmo sendo um fenômeno da vida, sempre despertou um grande temor ao ser humano, e um grande sentimento de dificuldade de se lidar com a finitude do Ser, se tornando um acontecimento de grande medo.
A finitude da vida possui sempre duas representatividades; a morte física, de um corpo; e a morte social, de uma pessoa.
A morte sempre causa dor e solidão para os que ficam, portanto, é apenas a destruição de um estado físico e biológico, mas é também o fim de um ser com relação com o outro. Surge a partir daí um vazio por ela deixado não atingindo somente as pessoas que conviviam com quem morreu, mas também a toda rede social.
Os trabalhadores da área de saúde são os mais suscetíveis para conviver com a morte, tanto nos ambientes hospitalares, postos de saúdes, PSFs junto aos familiares, que pode acarretar um sentimento de fracasso e impotência onde o profissional de saúde fica exposto a diversas sensações não muito agradáveis por se comprometer com esse momento desconhecido em sua essência, ou seja, o momento da morte.
O prolongamento da dor da perda de um ente querido é muito comum trazer conseqüências drásticas para qualquer individuo que vive o luto, gerando os estágios de choque, negação, ambivalência, revolta, negociação e depressão. Reações estas que podem variar desde uma apatia completa até a super atividade, gerando a incapacidade de aceitar uma realidade iminente, onde a sujeito pode reagir com isolamento, ficando calado, reflexivo e apático. Tratando-se de um mecanismo de defesa que é usado para lidar com as responsabilidades diárias da vida, para ganhar tempo, assimilando gradativamente a perda ocorrida. O ser humano nunca se sente preparado para o desconhecido.
Apesar do sofrimento, é importante tentar compreender a dinâmica do ciclo da vida e perceber que a morte desempenha o seu papel na sociedade, renovando, dando lugar e espaço para novas vidas. Obviamente cada ser é único e ímpar em todos os aspectos da vida e, por mais que sejam substituídos em certas ações operacionais, jamais serão substituídos em suas realizações e empreendimentos. Os relacionamentos acontecem porque os seres são inteligentes e dotados de sentimentos e capacidades diversas. Não existiria a planta se não houvesse a morte da semente, não existe o embrião sem a morte do óvulo e do esperma, não existe borboletas sem a morte da lagarta. A morte nada mais é do que o inicio de uma nova fase e existência, com uma linha tênue entre o Ser e o deixar de Ser.




domingo, 3 de julho de 2011

FOBIA / MEDO




"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz." (Platão)



A palavra fobia é um termo tão citado e nem sempre bem interpretado. Derivada de Phobos, termo usado para designar a deusa grega do medo.
A fobia é um aumento da ansiedade que culmina na limitação das ações do indivíduo que deveriam ser executadas normalmente e que acabam conturbando os pensamentos e atitudes causando mal estar, dificultando o viver.
Os medos fóbicos são os que deslocam o conteúdo inconsciente para o medo consciente. Sabe-se que através de um simples pensamento a fobia pode surgir com diversos sintomas que podem se apresentar como forte palpitação, taquicardia e arritmias cardíacas, que são percepções dos batimentos cardíacos, normalmente acompanhados de desconforto e sensações de que tudo está irregular, não só na percepção do coração, mas em todo o corpo.
O medo se transforma em um sentimento irracional até mesmo incontrolável.



São diversas as características clínicas da fobia. Como já dissemos as crises de ansiedade extrema, que ocorrem quando o indivíduo está exposto a objeto ou situações indesejáveis, é uma das formas de percepção da fobia. Pode cursar ainda com eritrodermia que consiste no rubor intenso da face acompanhado ou não de prurido e descamações. Pode também trazer uma impressão de desmaio, medo de morrer, matar alguém, um grande descontrole com o sentimento do enlouquecer, situação tão intensa que se generaliza transformando-se em pânico e até em depressão.
A fobia não tratada pode levar o indivíduo à dependência do álcool e drogas.
Uma das formas de detectar a fobia é observar se o medo persiste perante um animal, objeto ou situação. Deve-se observar se a ansiedade aumenta quando mesmo evitando as situações nas quais aparece o temor o sujeito se sente impedindo de seguir normalmente as atividades corriqueiras.
Temer é uma reação natural do cérebro para que o indivíduo possa se proteger de situações de risco que ocorrem na vida quando diante de um perigo real.
Se o medo acontece ao se realizar alguma atividade que não envolve risco notório e que o individuo já a tenha realizado em outros momentos pode-se estar presenciando um quadro fóbico.
Pode-se usar a técnica de imaginar uma situação onde se reviva o desconforto de modo a buscar mais dados acerca do quadro fóbico ajudando o sujeito a vencê-lo. Em tais circunstâncias devem ser observadas as sensações vivenciadas.
Se após o exercício houver incomodo, e desconforto emocional dificultando a realização das atividades diárias, há indicação de procurar ajuda profissional para auxiliar na resolução das dificuldades por intermédio de mecanismos mais efetivos e com resultados mais duradouros respeitando outros aspectos que possam estar envolvidos.
O ideal é lidar com a fobia tendo um auxílio da terapia cognitivo comportamental. Durante a terapia, interpreta-se a situação fóbica analisando o ambiente, pensamentos, alterações de humor, reações físicas e comportamentais.

“O que perturba o ser humano não são os fatos, mas sim a interpretação que ele faz dos fatos.” Epitetus-Sec.I