terça-feira, 31 de julho de 2012

Dignidade Humana


                                                   
                                                



No ultimo sábado de junho do corrente ano, o dia amanheceu com um belíssimo Sol de inverno, mas a cidade tricordiana continha em sua atmosfera sentimentos de tristeza e um dos maiores questionamentos e certeza humana que foi a notícia da trágica morte de um não só conterrâneo trabalhador e respeitado cidadão, mas daquele que como todos os seres humanos acreditam nos princípios da Carta Magna (Constituição da República Federativa do Brasil), que tem como objetivo formar união indissolúvel dos Estados, Municípios e Distrito Federal, constituindo-se em Estado Democrático de direito e tem como um de seus fundamentos manter a dignidade da pessoa humana onde todos são iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza garantida a todos a inviolabilidade do direito à vida, a liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade onde a casa é o asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador. Sendo livre a todo cidadão o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão.
Morre um empresário, que teve seu local de trabalho violado, invadido sem permissão por um cidadão que tem sua identidade fragmentada podendo até mesmo por uma sociedade que deveria fazer – lhe valer os valores, seus direitos para que pudessem respeitar o direito do outro a manter seus bens adquiridos com muito suor e trabalho. Estando ele em mais um dia de término de sua labuta no que mantinha sua vida e de sua família fortalecendo sai dignidade ajudando na formação de uma sociedade com princípios morais e éticos.
Neste anoitecer, ecoa no espaço o som abafado explosivo de um tiro que tira a vida de um trabalhador, não apenas mais um, mas um que faz a diferença na sociedade como um todo.
A partir do recebimento da notícia trágica, todos se perguntam onde está a garantia que é dada pela Carta Magna? Impostos são recolhidos com o objetivo de manter a segurança do cidadão e sua família. Onde está a segurança? Essa morte mostra o quanto todos estão à deriva de uma sociedade que precisa urgentemente restaurar sua identidade, seus valores oferecendo ao cidadão a segurança necessária, para uma vida digna, com moral.
É indiscutível que a finalidade maior do direito deve ser aplicada através da justiça, sendo o direito a realidade que tem o sentido de se achar ao serviço das idéias de justiça.
É necessário curar as feridas que a insegurança causa.
Fato como esse abala psiquicamente, não só a família, mas toda uma sociedade.
Vale-se lembrar da lição de Portalis:
“O homem que não ocupa senão um ponto no tempo e no espaço, seria o mais infeliz dos seres, se não pudesse julgar seguro nem sequer quanto à sua vida passada. Por essa parte de sua existência, já não carregou todo o peso de seu destino? O passado pode deixar dissabores, mas põe termo a todas as incertezas. Na ordem da natureza só o futuro é incerto e esta própria incerteza é suavizada pela esperança, a fiel companheira de nossa fraqueza. Seria agravar a triste condição da humanidade, querer mudar através do sistema da legislação, o sistema da natureza, procurando, para o tempo que já se foi, fazer reviver as nossas dores, sem nos restituir as nossas esperanças.”
Diante da força da realidade, não há diálogos, mas restam questionamentos:
Até quando haverá insegurança?
Até quando pessoas honestas deixarão a história para entrar no desconhecido sendo vitimadas pela violência urbana?
Até quando aguardaremos pela restituição da esperança em uma sociedade mais justa e digna?
Só nos resta, até que esse dia chegue, o atual e triste: adeus.