domingo, 7 de março de 2010

Incesto / Materno

Depois de alguns anos de atendimento clínico, venho observando que meus pacientes ou responsáveis, chegam com relato de transtorno psicológico, podendo ser caracterizado como Distúrbio de Conduta que são os transtornos caracterizados por padrões persistentes de conduta dissocial, agressiva ou desafiante.

Podendo esse comportamento ocasionar grandes violações das expectativas sociais própria à idade da criança, onde ocorre mais que travessuras infantis ou as rebeldias dos adolescentes, se tratando de um padrão duradouro de comportamento. Um período de mais de seis meses.

Alguns chegam em pânico, (ansiedade paroxística- em crises, em acessos, no seu momento de maior intensidade. A característica essencial deste transtorno são os ataques recorrentes de uma ansiedade grave que não ocorrem exclusivamente numa situação ou em circunstância determinadas, mas são imprevisíveis).

A criança/adolescente vem trazendo consigo uma angústia, transformando essa angústia em transtorno de ansiedade (com ocorrência brutal de palpitação e dores torácicas, sensações de asfixia, tonturas e sentimentos de irrealidade e despersonalização - que é entendida como uma desordem dissociativa, caracterizada por experiências de sentimentos de irrealidades, onde ocorre a ruptura com a personalidade).

Existe, além disso, um medo secundário de morrer, de perder o controle e de ficar louco e ao mesmo tempo para fugir desta realidade que o assombra, existe o desejo de morte.

Aonde pensa em suicídio, mas o desejo de morte é o de acabar com essa angústia que o leva ao pânico.

Iniciando a psicoterapia- que é a intervenção psicológica, ou seja, influenciar de maneira transitória ou definitiva o comportamento humano através do uso de meios psicológicos, trazendo novas formas de cognições (como recebe as informações), trazendo novas formas de comportamento e de experimentar o mundo.

Após algumas sessões acontece o relato de incesto (relação sexual ou marital entre parentes próximos ou alguma forma de restrição sexual de determinada sociedade).

O incesto é considerado universalmente um tabu (qualquer assunto o comportamento inaceitável ou proibido em uma determinada sociedade), sendo em algumas sociedades punido como crime, em outras como pecado (termo principalmente usado dentro de um contexto religioso, descrevendo qualquer desobediência à vontade de Deus), existindo um grande constrangimento acerca de como falar para a família, por ser na maior parte dos países legalmente proibido, mesmo havendo o consentimento de ambas as partes.

São poucas as palavras que provocam tanta reação de pavor, temor em nossa sociedade quanto o incesto. Esse termo leva o sujeito ao imaginário de um universo de segredos, fatos que evitam até mesmo sussurrar aos ouvidos de alguém. Evocando também significados ocultos, onde deve – se envergonhar e, portanto, deve – se esconder.

A palavra deriva do latim incestum, que significa estritamente sacrilégio, seu adjetivo quer dizer impuro e sujo.

Estatisticamente acontece o incesto em até 10% das famílias, onde os adultos são conhecidos e até mesmo podendo ser, por exemplo, o pai, padrasto ou irmão mais velho são os que realizam a agressão sexual com mais freqüência e também são os mais desafiadores.

Embora a maioria dos abusadores seja do sexo masculino, as mulheres também abusam sexualmente de crianças e adolescentes.

É grande também o número de mães que realizam o abuso sexual com seus filhos, geralmente do sexo masculino, acreditando que estão sendo protetoras.

Em meu ver está exercendo de maneira doentia o poder da maternidade com o conflito sexual dela.

Faz uso desse comportamento que é um conjunto de ações que pode ser observado objetivamente, mesmo sendo casos que começam lentamente onde a sedução acontece com muita sutileza passando para a prática do carinho que muita das vezes não acontece lesões físicas.

A criança se pergunta internamente se são atitudes ruins (o incesto), porque está sendo realizada por aquela que quando bebê era parte dele e hoje ele enquanto filho precisa confiar nela,porque ela, a mãe que tem como função cuidar, proteger e amar sua cria, faz uso de seu poder para realizar atos doentios.

No início a criança pode até gostar dos carinhos, mas com o passar dos tempos, ela vai descobrindo que aquilo não deveria estar acontecendo.

O questionamento existe na criança e no adolescente de forma agressiva, conturbadora, pois esses carinhos que deveriam existir sem os desejos sexuais, acontecem de forma drástica na emoção da criança, adolescente.

Esses casos começam lentamente através de sedução sutil, passando a prática de "carinhos" que raramente deixam lesões físicas.

É nesse ponto que a criança/ adolescente se pergunta o porquê destas atitudes tão desagradáveis.

Segundo Freud, a família e, em especial, a relação mãe - filho tem como referência explicativa para o desenvolvimento emocional da criança/adolescente.

A descoberta de que os anos iniciais de vida são cruciais para o desenvolvimento emocional posterior focalizou a família como produtora de pessoas saudáveis, emocionalmente estáveis, felizes e equilibradas, sendo também a família o núcleo gerador de insegurança, desequilíbrio e toda a sorte de desvios de comportamento.

A criança/adolescente, guardando e vivenciando o incesto, tendem a com o tempo dar início à angústia, que os levará ao pânico.

O causador do incesto, neste caso a mãe, sente medo do filho contar para alguém o seu comportamento incestuoso e assim passa a dominá-lo, controlar todos os seus atos e convívio com o social.

Em alguns casos antes do pânico, acontece a depressão ou episódios depressivos (nos episódios típicos de cada um dos três graus de depressão: leve, moderado ou grave. A criança/adolescente apresenta um rebaixamento do humor, redução da energia e diminuição da atividade. Podendo existir alteração da capacidade de experimentar o prazer, perda de interesse, diminuição da capacidade de concentração, associadas em geral à fadiga, mesmo diante de um esforço mínimo. Acarreta também problemas no sono e diminuição de apetite.

Existindo uma diminuição de auto-estima e da autoconfiança e freqüentemente idéias de culpabilidade e o indignidade, mesmo nas formas leves.

Tendo uma variação de humor, dependendo das circunstâncias, acompanhado de sintomas ditos somáticos.

Essa criança/adolescente, não conseguirá viver isolado, pois todo indivíduo necessita viver geograficamente próximos.

Realizarão mais cedo ou mais tarde o intercâmbio de emoções e de outros valores sociais, produzindo, assim, estruturas horizontais através de diferenciações coletivas e de interdependência.

Essa mãe que deveria formar uma criança/adolescente equilibrado através de seu transtorno forma um sujeito doente, que não conseguirá permanecer isolado do outro, nem de nenhum grupo.

Inicia – se ai o processo de diversificadas síndromes, como forma de pedir socorro, que alguém o auxilie a libertar desta culpa dos atos que vem realizando junto da mãe, mas sem que prejudique a mesma.

Busca viver em paz interior, com satisfação e equilíbrio.

A partir daí existe a necessidade de que ambos passem por psicoterapia, para reeducarem seus pensamentos e atos e através da mudança de comportamento se libertarão do viver em cumplicidade e agonia sexual.

A mãe-filho irão se entregar a mudança de comportamento com propósitos, com razões e agirão tendo fins em vista.

A partir da escolha de mudança de comportamento, passam a visar um bem maior, onde certamente viver honradamente é uma coisa boa.

Elaborando uma nova forma de pensar, trazendo leveza para a essência da criança/adolescente onde o bem final, em contraste, é algo genuinamente de cada um e de difícil de ser tirado de cada um.

A criança/adolescente deseja o bem final como sendo o prazer em viver.

Afinal viver prazerosamente é uma escolha de cada um e o ser humano é racional e age em busca de uma vida melhor desejando ser feliz e tendo uma vida completa e sem nada lhe faltar.



Nenhum comentário:

Postar um comentário