sexta-feira, 16 de abril de 2010

Amor Aprisionado



Realizando uma auto - hipnose, constatei que devo fazer um paralelo de guardiões e decidi falar sobre Cérbero ou Cerebeus- guardião do reino dos mortos conhecido como o demônio do poço (figura da mitologia grega, descrita com tricéfalo (três cabeças), podendo apresentar em alguns casos com mais cabeças, de várias formas: cobra, cão ou dragão). Sua descrição morfológica é sempre a mesma, guardião das portas de Tártaro (um dos deuses primordiais, nascido do caos, personificação do inferno onde se encontravam as cavernas e grutas mais profundas e os reinos de Hades (considerado pela mitologia grega o Deus do submundo e das riquezas dos mortos).
A função primordial de Cérbero era na guarda da entrada do Hades, deixar que todos entrem, mas que jamais consigam sair. Com a chegada de alguém, Cérbero era dócil, amável, fazia festa de alegria, encantando o visitante fazendo com que o visitante pensasse ser um mundo prazeroso e amável.

Mas no momento em que havia o desejo do visitante sair, Cérbero tornava – se feroz e temido por todos.

Em toda história da mitologia grega, somente saíram vivos do submundo:


ü Heracles (um semideus, que reunia a força e sagacidade, sendo considerado pela mitologia grega o símbolo do homem em luta contra as forças da Natureza;


ü  Enéias ou Eneas (na guerra de tróia, se converteu no mais valoroso guerreiro troiano, depois de Heitor);


ü  Orfeu ( figura da mitologia grega sendo poeta e músico, apaixonou, casando com Eurídice , sendo tão bela que atraiu a figura de um apicultor chamado Aristeu. Ela recusando suas atenções, foi perseguida por ele e ao tentar escapar, tropeço-se em uma serpente que a picou matando-a. Suas ninfas, por causa disso fizeram com que todas as abelhas morressem. A partir de sua morte, Orfeu transformou-se na própria tristeza, levando sua lira até o mundo dos mortos, para tentar trazer sua amada de volta. Sua lira adormeceu Cérbere e sua lira convenceu o barqueiro de levá-lo vivo pelo rio,chegando ao trono de Hades, o rei dos mortos de início ficou irritado por ele estar vivo em seu reino mas em seguida Hades ouvindo os toques da lira de Orfeu chorou lágrimas de ferro e sua esposa pediu que atendesse ao pedido de Orfeu. Assim Hades atende seu pedido, liberando Eurídice para voltar aos mundo dos vivos mas faz a exigência de que Orfeu não olhasse para ela até que ela estivesse, à luz do sol. Orfeu apaixonado segue a trilha de volta, levando sua amada para o mundo dos vivos sempre tocando músicas com celebração e alegria. Conteve seu olhar sempre para frente, mas ao atingir a luz do sol virou – se para certificar que Eurídice estava atrás o seguindo e assim ele por um momento ele a viu perto da saída do túnel escuro, perto da vida outra vez, mas enquanto olhava, ela tornou-se fina como um fantasma- ou em uma estátua de sal. Seu grito de pavor e amor sofrido e doído ecoou. Em seguida um suspiro na brisa que saía do Mundo dos Mortos. Neste momento Orfeu perdeu sua amada para sempre.Orfeu tornou – se amargo, não olhando para outra mulher pois cada vez que via uma mulher vivenciava a perda  de sua amada. Foi criado então o orfismo- aconselhamento realizado por Orfeu, ajudando muitas pessoas, mas não sabendo como superar sua própria dor. Orfeu foi morto por selvagens que abafaram a música de sua lira com gritos estridentes, e ao ser jogado em pedaços no rio, sua cabeça flutuava e ele cantava “Eurídice, Eurídice, Eurídice...;



ü  Psiquê (palavra de origem grega, significa alma e também borboleta, por isso é comum ser representada com asas de borboleta. Sendo uma alegoria da imortalidade da alma, porque depois de uma vida rastejante como lagarta, flutua na brisa dos dias tornando – se uma beleza na primavera. Sendo vista como alma humana purificada pelas dores e sofrimentos, preparando para gozar da pura e verdadeira felicidade. Bela mortal por quem Eros ( muito belo e irresistível, ignorando o bom senso, sendo o Deus do amor, que contribui para a passagem do caos ao cosmo) apaixonou - se, provocando a fúria de Afrodite (Deusa grega da beleza e do amor) mãe de Eros. Não aceitava que os homens deixassem de freqüentar seus templos para adorar uma simples mortal. Afrodite mandou que seu filho acertasse  Psique com sua flechas, fazendo –a apaixonar pelo ser mais monstruoso que existisse. Aconteceu ao contrário, Eros foi quem se apaixonou – se pela moça, acreditasse que a moça foi espetada com a flecha acidentalmente e assim o deus do Amor apaixonado por ela, suas setas não foram mais lançadas e Psique perdia a cada dia seus pretendentes.

E assim Psique vaga desesperadamente, pelo mundo em busca do amor e ao consultar um templo de Vênus (nome de Afrodite na mitologia romana, possui muitas formas na representação artística, desde a clássica- grego romana,  até as modernas, passando também pela renascentista) e assim a deusa em sua fúria de amor, descobre que foi enganada e impõe a Psique algumas tarefas, na esperança que ela não consiga cumprir ou fique tentando até desgastar sua beleza.

Quando Psique entrega a Vênus a caixa com todas as tarefas cumpridas, Eros vai a Zeus (soberano do Monte Olímpio, o deus do céu e do trovão) e implora que advogue em sua causa.

Seu pedido é atendido e Zeus posteriormente consegue a concordância com Afrodite, levando Psique à Assembléia celestial tornando- a imortal.

Psique une-se a Eros com amor sublime em concebem uma filha de nome Prazer.

Quanto à vida após a morte, os gregos acreditavam na morada de Hades, conservando a forma humana, sem corpo.

Os enterros eram respeitados, com ritual cuidadosamente elaborado, sendo transportados os corpos na barca de Caronte (figura grega da mitologia, do mundo inferior que transportava os recém-mortos em sua barca) através do rio Aqueronte (localiza – se no noroeste da Grécia, delimitava a região infernal até o mundo dos mortos), onde entregava os mortos na entrada da caverna, com porta de diamantes guardada por Cérbero a família para acalmar-lo jogava – lhe bolo de farinha e mel, pois as famílias respeitavam seus mortos e cultuavam – no em seus lares.

Falar de Cérbero é falar também de amor, mesmo sendo guardião dos mortos, ele pode simbolizar também amor. Os que lá conseguiram entrar ainda estando vivos foram por amor em algo ou alguém.

Podemos considerar que o corpo físico seja guardado por Cérbero que cuida para que  entre no corpo e na alma o amor(do latim presta –se a múltiplos significados , podendo representar afeição, misericórdia, compaixão e até mesmo uma inclinação, uma atração, um apetite, uma paixão, uma satisfação, um bem querer, libido, desejos entre muitos outros simbolismo) posando ficar aprisionado sem chances de sair.

Falar de amor é o mesmo que falar de envolvimento, de formação de vínculo emocional com alguém, ou com objetos que possa receber sua motivação e manutenção. Existem várias formas de amor: 





ü  Amor físico – acontece com os parceiros mais vigorosos, segundo Montaigne, Michel de.

“A experiência mostra que os homens rústicos, de espírito mais grosseiro, dão parceiros sexuais mais vigorosos e desejáveis; deitar-se com um carroceiro é com frequência mais gratificante que deitar-se com um gentil-homem. Como poderíamos explicar tal coisa, exceto pela suposição de que as emoções no interior da alma do gentil-homem minam e esgotam a força do seu corpo, assim como exaurem e deformam o seu espírito?”



ü  Amor Platônico – é uma expressão usada para designar um amor ideal, geralmente ocorre com pessoas que conseguem viver de seu mundo imaginário. Quando fala de amor em Platão, refere-se ao pensamento filosófico sobre amor.Segundo Mantegazza, Paolo.

“O amor platônico é uma chave falsa ou uma gazua(chave falsa,ferro curvo para arrombar fechadura) para o poder penetrar na casa alheia se ser visto.”



ü  Amor Original – podendo ser em níveis diferentes: afetivos, maternal, paternal, social, e até mesmo fraterno ( que é o amor entre irmãos e companheiros de trabalho entre outros...), existindo também o que tem por base um sentimento entre duas ou mais pessoas ou seres em contato e que vêm se nutrir de sentimento de afeição e carinho.



ü  Amor Pragma – que diz ao pragmatismo, fundamentado em fatos, critérios, representado por Eros que é a parte consciente, prática avaliando as implicações de continuar ou não o relacionamento entre as duas pessoas. Amor ligado a uma forma clara e à atração física, cabendo a cada um dos amantes manterem a permanência desse amor. Sendo muito cheio de perguntas, devo?, minha família o que pensaria?, terei conforto matéria?; será fiel?; entre outras indagações na peculiaridade de cada um, pois é um amor que se espera algo em troca.



ü  Amor Philia – que é o amor altruísta, generoso, virtuoso e desapaixonado amor, desenvolvido por Aristóteles. Incluem lealdade em ambas as partes. Podendo significar também o amor da mente. Dedicando ao outro sempre antes do próprio interesse. As pessoas que se entregam a esse tipo de amor sentem satisfação de se entregar totalmente, investindo constantemente no relacionamento não se importando de abrir mão de certas vontades para satisfazer o ser amado. Pode até mesmo renunciar ao parceiro se acreditar que ele será feliz com outra pessoa, sendo classificado como uma forma incondicional de amor.



ü  Amor Storge – (divindade grega que simboliza a amizade), quem tende a ter esse tipo de amor, valoriza muito a confiança por dividir os projetos, sonhos e desejos. Quando inicia esse amor ele nem é sabido o momento que começou exatamente. Não tendo a atração física como principal, sendo namorados amigos não têm relacionamentos  calorosos mas sim um relacionamento tranqüilo e afetuoso, ficam felizes em cativar e seduzir, mantendo ligações muito duradouras e estáveis por contar a confiança mútua e valores compartilhados. Acontecendo sempre com grandes amigos e um conhecendo muito bem o outro.



ü  Amor Sexo – podendo ser usada como : fazer sexo, porque o amor nesse relacionamento geralmente é substituído por variações de “querer”.




ü  Amor Interpessoal – refere – se ao amor entre dois seres humanos, sendo mais intenso que gostar não tendo reciprocidades, pois está relacionado às relações interpessoais. Podendo ser também entre familiares, amigos, convívios profissionais. Existem vários sentimentos associados ao amor interpessoal  como: carinho ( sentimentos de ternura com ou sem proximidades físicas); atração (satisfazer as necessidades básicas); altruísmo ( preocupação com o outro); reciprocidade  sendo recíproco); compromisso ( desejo de manter o amor); intimidade emocional (trocando sensações e emoção); paixão ( desejo com freqüência cardíaca modificada); parentesco ( laços familiares); amizade ( entre amigos); serviço ( desejo de ajudar) e auto – interesse ( visando recompensa).


ü  Sexualidade pode ser um elemento com grande importância na forma que acontece o relacionamento. A atração sexual pode criar um vinculo de amor criando cada vez mais o desejo de ficar junto. Sabendo que existem muitas formas de demonstrar sexualidade sem sexo. O afeto, a intimidade emocional, o compromisso, a partilha, as experiências estruturam a sexualidade.


Mesmo existindo diversas formas de amor e amar, cada um busca o amor condizente ao seu caráter e o da pessoa a quem busca amar.

Existem muitas diversidades de termos a oferecer, fazendo uso do conjunto à suposta unidade de significado de cada um, que ocorrem de formas diferentes de cultura, de desejos, de educação, de princípios entre outros, o que importa é amar com sentido de viver em harmonia com o Eu e o Universo.

Amor , desejo de estar junto, conversar, tocar, sentir, fortalecer o desenvolvimento dos cincos sentidos, enviando os estímulos sensoriais e psicológicos necessários na motivação, reforçando a auto-estima, o desejo de viver bem e feliz.









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