Isadora Duncan
Bailarina
(1877 a 1927)
O
corpo é formado por partículas. O corpo humano desenvolve diversos gestos e expressões
no decorrer de sua existência. Ele é uma matéria completa que ocupa espaço. Um
grão de areia é um corpo que contem o universo nele.
O
corpo físico é completo com cabeça, tronco e membros.
Enquanto
o corpo vive a alma reforça suas atitudes, decisões e ações.
Corpo
e danças estão associados às praticas da magia e leveza de viver. A dança em
sua potência revela quem é o ser humano. Viver é um bailar constante. Caminhar,
parar movimentos comuns no cotidiano gera a maestria do viver.
Dançar
é ir além de si mesmo, seguindo os sentimentos do coração. A dança nasceu
associando as práticas mágicas do homem primitivo. Sendo usada também para
agradecer a natureza pelos alimentos. Já no Egito as danças eram realizadas
como forma ritualística de características sagradas, dançando para os deuses em
variados rituais.
Já
na Grécia a dança era realizada por motivos religiosos, pois eles acreditavam
que o poder mágico está nos movimentos. A dança também era usada para preparar fisicamente
os guerreiros.
No
renascimento a dança ressurge na nobreza com o objetivo interação nos aspectos
sociais, passando a ser uma atividade lúdica, de divertimento e de forma mais disciplinada
desenvolvendo técnicas e formas diferentes de movimentos.
Isadora Duncan (1877 a 1927- pioneira da dança moderna), sua
proposta de dança era realizada de forma imprevista, inspirada nos movimentos
da natureza, ventos, plantas, usando também a nudez nos pés, com vestimentas
leves e de forma sensual e sutil realizando danças mais livres. Transformou a
dança em movimentos mais explorados, desvendando as partes motoras do corpo
humano com mais leveza.
Na década de 80 deu início à dança contemporânea como forma
de protesto e até mesmo como rompimento da cultura clássica. Surge então o
movimento da dança moderna modificada onde o espaço no palco é usado como local
de referência trazendo uma explosão nos movimentos com criações diferenciadas.
Ressurge novas idéias onde as emoções vêem em evidência, com o corpo mais livre
dando mais autonomia à energia liberada no momento da dança equilibrando o
corpo com as emoções do relaxamento. Dança esta que todo o tipo de pessoa pode
realizar, porque dançar não é simplesmente mexer o corpo, mas é deixar a
energia vital ficar em movimento.
Movimento que trabalha os músculos permite a socialização
melhorando as habilidades como ritmo, agilidade e equilíbrio tanto físico como
mental. Melhora ganhos com a auto-estima onde a sensualidade reforça os valores
de personalidade. A dança refaz benefícios por ser uma atividade lúdica realiza
a perda de si mesmo abrindo portas para outras possibilidades. Faz com que seja
desviado o olhar de si mesmo permitindo olhar outras coisas.
A dança faz com que o dançarino se perca de si mesmo por
instantes reforçando o sentimento de alegria e prazer. Ela desenvolve o
contrário, elimina de alguma forma o Eu que é um produto moral. O produto moral
gera um padrão do que não se pode ser dito onde a identidade (quem é, qual
profissão, ...) é sempre muito reforçada no cotidiano.
Sair do Eu é manter relação com o outro de várias formas.
Relações que são as escolhas que se faz na vida da forma como o corpo percebe o
mundo. O mundo se materializa na forma como cada um organiza seu espaço através
das escolhas feitas.
Quando existe o desejo de mudar a forma que se vive, é
necessário gerar internamente uma inquietação dissolvendo o comportamento que
está cristalizado dentro de si. A dança auxilia na transformação por surgir
através dela essa inquietação. É preciso dançar com os pés, as idéias, com as
palavras e quiçá com as canetas.
Provocar vida significa mover-se gerando ações. As mudanças
para se viver um mundo novo é mudar as ações cotidianas e as ações envolvem a
recuperação dos gestos. Dançar é afetar e deixar afetar-se transformando a
dança sempre em movimento. Não se deve buscar a dança com a finalidade de
emagrecer, ou como culto ao corpo. Dançar é provocar prazer interno é
conhecer-se é saber qual a essência real da existência. É possível conhecer o
mundo pelo pensamento, pela sensação, pela razão, recorrendo aos sentidos. O
corpo nada tem de haver com o ideal, ideal mesmo é a descoberta da valorização
da porção da vida que cada um trás em si. O cérebro é um processador que recebe
informações ele não as cria. Tudo o que o corpo capta é determinado pelo o que
o cérebro recebe. Tudo o que é repetido é capaz de transformar tanto o físico
como o mental. È importante ouvir o silêncio interno, pois Deus está presente
neste silêncio e conduzirá a vida de forma sutil e com leveza. Utilize a dança
como forma de solucionar os atos do cotidiano. Dançar é recriar o mundo,
aflorar os cinco sentidos é improvisar comportamento. Movimento repetido é a
descoberta de linguagem. Aprender e ensinar a pensar são fatores primordiais
que favorecem no criar e no ter atitude conduzindo as decisões com coragem
reinventando a vida, gerando um turbilhão de sentimentos de ações assertivas.
Mudar a vida é mudar as ações.
Dançar é sentir a presença de Deus no silêncio dos
movimentos.
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